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Segurança

Caso Bernardo: confira como foi o primeiro dia do novo julgamento de Leandro Boldrini

Condenado pelo crime em 2019, réu conseguiu anular o julgamento por questões técnicas.

O Sul
por  O Sul
21/03/2023 08:41 – atualizado há 3 meses
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Nesta segunda-feira (20), o médico Leandro Boldrini voltou a se sentar no banco dos réus pelo assassinato do filho Bernardo, 11 anos, cometido em 2014. O júri popular é realizado no Fórum de Três Passos (Região Noroeste do Estado), cidade onde o menino vivia com a família. Ele havia sido condenado, em 2019, a mais de 33 anos de prisão, mas sua defesa conseguiu anular o julgamento devido a questões técnicas.

Foto: Divulgação/TJ-RS

Outras três pessoas foram sentenciadas na ocasião. Como executora do crime, a madrasta Graciele Ugulini recebeu 34 anos e sete meses de prisão e continua presa. Para sua amiga Edelvania Wirganovicz, apontada como cúmplice, o fardo foi de 22 anos e dez meses (que ela hoje cumpre em regime semiaberto). Já para o irmão desta última, também cúmplice, foram nove anos e meio (ele está em liberdade condicional desde março de 2019).

Também mantido atrás das grades, o médico é o único a ter obtido anulação do júri: no final de 2021, a 1ª Câmara Criminal do TJ-RS considerou que houve quebra da “paridade de armas” durante o interrogatório de Leandro. No entendimento do colegiado, os promotores não se limitaram a formular perguntas ao réu – eles fizeram argumentações sem que os advogados de defesa pudessem fazer o contraponto.

Naquela primeira vez, o médico já negava envolvimento na morte do próprio filho. A versão é sustentada por seu advogado de defesa, Ezequiel Vetoretti.

Depoimentos

As sessões são presididas pela juíza Sucilene Engler Audino e têm transmissão ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) no YouTube.

Durante a manhã desta segunda-feira, foram apresentadas provas em formato de vídeo e ligações. A primeira prova analisada foi um vídeo de Bernardo pedindo socorro e outros vídeos filmados pelo pai, no qual o menino tem contato com um facão e outro em que a criança está presa dentro de um armário. Leandro chorou durante a reprodução das imagens e chegou a deixar o plenário por um período.

Além dos vídeos, foram utilizadas interceptações telefônicas, a maioria delas entre o período de 11 e 25 de abril de 2014 do mesmo ano. Pela tarde, os trabalhos foram retomados com o depoimento da primeira testemunha de acusação, a delegada de polícia Caroline Virginia Bamberg Machado, que conduziu as investigações à época. O depoimento durou toda a tarde e avançou durante a noite, com perguntas tanto do Ministério Público (MP) quanto da defesa do réu.

Delegada detalha investigação e vê Leandro Boldrini como mentor da morte de Bernardo | Foto: Márcio Daudt / TJRS / Divulgação / CP

O depoimento da delegada Caroline Machado durou seis horas e, ao ser encerrado, por volta das 20h20min, também foi finalizado o primeiro dia do júri. O julgamento recomeça às 8h30min desta terça-feira (21), com o depoimento da delegada Cristiane Braucks.

O crime

O menino Bernardo Ugulini Boldrini tinha 11 anos quando recebeu uma overdose de sedativos, no dia 4 abril de 2014, em Três Passos, onde vivia com o pai e a madrasta em uma casa na área central da cidade. A família comunicou o desaparecimento e o corpo do garoto foi encontrado dez dias depois, em cova à beira de um riacho no município de Frederico Westphalen.

Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia do MP-RS, o casal planejou e participou de todas as etapas do crime. Para isso, contou com a ajuda de uma amiga dela (Edelvânia) e do irmão desta última, mediante oferecimento de vantagens financeiras.

Eles teriam conduzido a vítima até o local de sua morte, além de posteriormente combinar as versões que apresentariam à polícia, a fim de contar com álibis compatíveis entre si. O assassinato teria sido cometido, basicamente, por dois motivos:

– A madrasta de Bernardo não queria partilhar com o menino os bens deixados pela mãe dele, que já havia morrido (por suicídio) em 2010.

– O pré-adolescente era considerado “um estorvo” à nova configuração familiar decorrente do segundo casamento do pai, relação que gerou uma filha, meia-irmã do menino.

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