Receba as notícias mais importantes do dia no WhatsApp. Receba de graça as notícias mais importantes do dia no seu WhatsApp.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Educação

Bolsonaro oficializa novo piso de professores da educação básica

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, assinou nesta sexta (4) a portaria que oficializa o novo piso, para R$ 3.845,63.

O Sul
por  O Sul
04/02/2022 14:13 – atualizado há 1 ano
Continua depois da publicidadePublicidade

Diante da reação de prefeitos contra o reajuste salarial do magistério de 33,24%, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os recursos para bancar o impacto financeiro da medida sairão dos cofres do governo federal. A conta final, no entanto, fica com governadores e prefeitos.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, assinou nesta sexta (4) a portaria que oficializa o novo piso, para R$ 3.845,63. “O dinheiro, de quem é? Quem é que repassa esse dinheiro para eles? Somos nós, governo federal”, afirmou Bolsonaro durante a cerimônia para oficializar a medida, no Palácio do Planalto.

SIMPROMINAS

A maioria dos profissionais da educação básica é funcionária de prefeituras e Estados. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) orientou os prefeitos a concederem um reajuste menor, de 10%, calculando um impacto de R$ 30,46 bilhões com o piso anunciado por Bolsonaro.

Todos os anos, o governo federal repassa uma complementação do Fundeb para Estados e municípios, uma fatia que vai somar R$ 30 bilhões em 2022. A complementação, no entanto, não é repassada a todos, mas é paga conforme critérios definidos e beneficia redes de ensino que não atingem um valor mínimo necessário para manutenção do ensino.

Na cerimônia, o ministro da Educação afirmou que o governo federal vai socorrer financeiramente gestores que não consigam aplicar o novo piso. No dia 14 de janeiro, o MEC anunciou que aplicaria um reajuste menor, conforme parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).

Nesta sexta-feira, Bolsonaro afirmou que vários prefeitos e governadores queriam uma revisão de 7%. Entre 7% e 33%, disse o presidente, foram “poucos segundos” para escolher.

Em ano eleitoral, o presidente admitiu dificuldades do governo, mas afirmou que os ministros dão “satisfação” à administração. Além disso, ele citou que, durante três anos, dois foram de pandemia. “Ninguém enfrentou isso.”

Após Bolsonaro oficializar o novo piso do magistério, a Confederação Nacional do Municípios (CNM) reforçou o posicionamento contrário ao reajuste de 33% para os professores da educação e rebateu a declaração do chefe do Planalto de que os recursos para bancar o aumento sairão do governo federal. Todos os anos, o governo federal repassa uma complementação do Fundeb para Estados e municípios, uma fatia que vai somar R$ 30 bilhões em 2022. A complementação, no entanto, não é repassada a todos, mas é paga conforme critérios definidos e beneficia redes de ensino que não atingem um valor mínimo necessário para manutenção do ensino.

“Ao declarar que há recursos disponíveis para o pagamento do piso e de que os recursos do Fundeb são repassados aos Municípios pela União, o governo tenta capitalizar politicamente em cima desse reajuste sem, no entanto, esclarecer que o Fundo é formado majoritariamente por impostos de Estados e Municípios. Trata-se de um mecanismo de redistribuição composto por receitas dos três Entes”, diz a nota da CNM.

A instituição que representa os municípios afirmou que vai continuar discutindo o impasse na Justiça e orientar os prefeitos a darem um reajuste menor, com base na inflação do ano passado, ou seja, pouco acima de 10%. Tecnicamente, a CNM argumenta que o novo piso precisa de uma nova lei de regulamentação após a mudança na Constituição que instituiu o Fundeb permanente. Para a instituição, o anúncio do governo federal “reforça a falta de planejamento e comunicação dentro do próprio governo, bem como demonstra que a União não respeita a gestão pública no País.”

No Senado, o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que apresentará um projeto de lei para obrigar o governo federal a bancar um terço do piso. “Não basta o presidente da República somente estabelecer o valor do piso salarial nacional dos professores e não assumir nenhuma responsabilidade. Dessa forma, o governo federal joga para os municípios o pagamento sem nenhuma participação”, afirmou o parlamentar.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE