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Economia

Azeites de oliva gaúchos se destacam pela qualidade e premiação no exterior

O RS é responsável por 80% da produção de azeite de oliva em solo brasileiro. O estado faz o aproveitamento de solos considerados pobres e o clima subtropical.

Redação
por  Redação
02/02/2020 16:35 – atualizado há 3 anos
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Responsável por quase 80% da produção de azeite de oliva em solo brasileiro, o estado do Rio Grande do Sul vem se consolidando como uma das áreas mais promissoras do país graças ao aproveitamento de solos considerados pobres e seu clima subtropical. Áreas de terra pedregosa, não mineral, desértica, bem drenada podem não ser ideais para outros cultivos, mas são onde a oliveira frutifica bem e a azeitona se desenvolve com as características desejadas. O frio, que se mantém constante por 40 ou 60 dias e pouca variação de temperatura, é indispensável para a frutificação da árvore.

Azeites de oliva gaúchos se destacam pela qualidade e premiação no exterior

Responsável por quase 80% da produção de azeite de oliva em solo brasileiro, o estado do Rio Grande do Sul vem se consolidando como uma das áreas mais promissoras do país graças ao aproveitamento de solos considerados pobres e seu clima subtropical. Áreas de terra pedregosa, não mineral, desértica, bem drenada podem não ser ideais para outros cultivos, mas são onde a oliveira frutifica bem e a azeitona se desenvolve com as características desejadas. O frio, que se mantém constante por 40 ou 60 dias e pouca variação de temperatura, é indispensável para a frutificação da árvore.

O Rio Grande do Sul se consolida como produtor de azeite de oliva com alto grau de pureza. Foto: Pixabay

Além disso, os investimentos na implantação de olivais e viveiros e na instalação de fábricas de azeite transformaram o solo gaúcho na maior área produtora do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), a safra de azeite de 2019 foi a maior de todos os tempos: dos cerca de 230 mil litros obtidos no Brasil, mais de 180 mil litros são oriundos do Rio Grande do Sul. Mas o consumo de azeites importados corresponde a 98% dos rótulos vendidos no Brasil.

Atualmente, são cerca de 200 produtores que fornecem o fruto para as indústrias responsáveis pela transformação em azeite de oliva com rótulos de marcas gaúchas. Trata-se de um cenário ainda recente – são pouco mais de dez anos do início da produção de azeites de oliva em solo gaúcho – mas o produto local já conquistou diversos prêmios internacionais.

Por causa das peculiaridades do terroir gaúcho e das diferentes variedades de azeitonas produzidas, estes azeites têm conquistado reconhecimento em função de uma maior percepção das características de aromas e sabores. Do mesmo modo que diferentes cepas nos vinhos, cada variedade de azeitona confere um toque especial aos azeites. Alguns produtores, inclusive, estão investindo em blends de azeitona para combinar diferentes particularidades e características sensoriais em cada rótulo.

Apesar de não serem facilmente encontrados nas gôndolas de supermercados, os azeites de oliva gaúchos podem ser adquiridos em empórios especializados, no Mercado Público de Porto Alegre e pela loja virtual Empório do Azeite.

“A principal vantagem do azeite de oliva nacional em relação aos importados é o curto tempo entre o campo e o prato. Os importados precisam enfrentar uma longa jornada até aqui. Como quanto mais novo melhor o azeite, ganhamos essa parada. Além disso, por ser engarrafado pelo próprio produtor, escapa de fraudes e adulterações, que têm sido frequentemente denunciadas”, ressalta Bete Duarte, jornalista de gastronomia.

Como degustar azeite de oliva

Para degustar o azeite de oliva, sirva 20 ml em um copo pequeno, tampe por cima com uma das mãos e segure por baixo com a outra para aquecer levemente o azeite.

Tal qual se faz em uma degustação de vinhos, deve-se girar o líquido em movimentos circulares e só então destampar o copo e aproximar o nariz para sentir seus aromas. As notas podem ir de frutas a especiarias, passando por erva cortada, banana-verde, maçã-verde, tomate, nozes, amêndoas, pimenta, entre outras.

Em relação à análise visual, a cor pode variar entre o verde intenso e o amarelo-ouro – geralmente associada ao estágio de amadurecimento do fruto: azeites mais verdes são obtidos de azeitonas mais verdes; já os mais amarelados de azeitonas mais maduras.

Como escolher o azeite de oliva

Ao escolher os rótulos, prefira os azeites embalados na origem, opte pelos produtos com data de envase mais recente e priorize rótulos com maior proximidade geográfica. Ao armazená-lo, evite claridade, calor, oxigênio e muito tempo de estocagem.

Confira sugestões da sommelier de azeites Chania Chagas:

Verde Louro Blend – Canguçú-RS

Variedades de azeitona: Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Coratina e Manzanilla

Foi produzido com azeitonas colhidas ainda verdes, para manter o máximo de sua estabilidade. Após a colheita, elas são diretamente processadas no lagar, mantendo seu frescor e aromas herbáceos. No nariz, apresenta aroma frutado verde médio com notas de ervas verdes recém-cortadas, folhas de oliveira e também frutas maduras. Sabor suave com toques de banana madura e frutos secos, amargor médio e uma picância progressiva e persistente, conferindo notas gustativas florais, complexas e aromáticas.

Harmonização: Carnes, risotos e queijos.

Costa Doce Koroneiki – Dom Feliciano-RS

Variedade de azeitona: Koroneiki

Produzido com frutos frescos colhidos à mão e com extração a frio. Desse processo, quase inteiramente artesanal, nasce um azeite com aroma fresco e herbáceo. Apresenta toques de ervas recém-cortadas, amargos em intensidade média e um picante persistente.

Harmonização: Carnes, risotos, queijos e saladas de folhas verdes.

Prêmio 2019: Medalha de Ouro – NYOOC 2019

Prosperato – Premium – Caçapava do Sul-RS

Variedade de azeitona: Koroneiki

A extração do azeite é feita em um maquinário importado da Itália. Os frutos são processados em pouco menos de uma hora entre campo e lagar. Apresenta baixa acidez.

Harmonização: Pratos mais temperados.

Prêmios: 87 pontos Flos Olei 2018 na Itália – Fazenda selecionada pelo 2.º ano consecutivo; Domina International Olive Oil Contest 2017 na Itália – Medalha de prata; Ranking mundial de azeites Edição 2016 Global 1.º lugar no Brasil com 58,5 pontos

Olivas do Sul – Cachoeira do Sul-RS

Variedade de azeitona: Coratina

Possui frutado intenso e apresenta picância e amargor. Apresenta aromas de alcachofra, ervas amargas e amêndoa. Na boca, é complexo e apresenta um amargo persistente que lembra chicória.

Harmonização: Carnes vermelhas, churrascos e assados de cordeiro, saladas mediterrâneas e legumes."

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