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Mundo

Acordo com China garante produção de 100 milhões de doses de vacina da Oxford no país até dezembro

AstraZeneca é lider na corrida global por uma vacina capaz de imunizar contra o novo coronavírus

Extra Jornal
por  Extra Jornal
06/08/2020 14:37 – atualizado há 3 anos
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A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou nesta quinta-feira um acordo com a chinesa Shenzhen Kangtai Biological Products, que produzirá sua vacina candidata contra a Covid-19, feita em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), no país asiático. É o primeiro acordo de fornecimento do imunizante firmado pela empresa com o segundo país mais populoso do mundo.

A AstraZeneca já assinou acordos similares com outros países, como os Estados Unidos, o Reino Unido, a Coreia do Sul e o Brasil, onde a vacina é testada em diferentes estados. Em São Paulo, os estudos do imunizante são liderados pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp. A infraestrutura médica e de equipamentos é financiada pela Fundação Lemann.

No Rio, os testes ficam a cargo do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino e da Rede D'Or, que vai cobrir os custos da primeira fase da pesquisa. Ao todo, as tratativas fechadas pela farmacêutica britânica já garantiram 2 bilhões de doses da vacina, cuja eficácia ainda não foi comprovada, embora tenha demonstrado resultados promissores.

Analistas acreditam que o novo acordo reforça a posição de liderança da AstraZeneca na corrida global por uma vacina capaz de imunizar contra o novo coronavírus, já que companhias chinesas estão à frente de pelo menos oito dos 26 imunizantes atualmente testados em humanos ao redor do planeta.

O acordo determina que a Shenzhen Kangtai, uma das maiores produtoras de vacinas da China, garantirá sua capacidade de produção anual em um patamar de 100 milhões de doses da vacina da AstraZeneca até o fim do ano. A companhia chinesa afirmou, por meio de um comunicado, que o convênio também determina a ampliação o volume de produção para 200 milhões até dezembro de 2021. A tratativa sela mais um avanço no planejamento de imunização pelo governo chinês, que fechou resoluções similares com outras companhias ocidentais como a alemã BioNTech e a americana Inovio Pharma.

EUA investem em mais uma vacina

O governo dos Estados Unidos anunciou na última quarta-feira um investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) no projeto de vacina contra a Covid-19 da multinacional farmacêutica Johnson & Johnson. Em troca, os americanos terão a garantia de acesso a pelo menos 100 milhões de doses, em caso de sucesso. O aporte faz parte da Operation Warp Speed (Operação Dobra Espacial, em tradução livre), iniciativa da Casa Branca para financiar e impulsionar pesquisas de vacinas candidatas contra o novo coronavirus.

No final de março, a empresa já havia recebido US$ 456 milhões (R$ 2,4 bilhões) por meio de sua subsidiária Janssen. A nova contribuição financiará um projeto de demonstração de fabricação em larga escala de sua vacina experimental. O governo do republicano Donald Trump e a empresa preveem a possibilidade dos EUA adquirirem 200 milhões de doses adicionais no futuro.

Com este último montante, Trump já investiu pelo menos US$ 9,4 bilhões (R$ 50 bilhões) para projetos de vacinas, incluindo contratos de fornecimento assinados com cinco empresas.

Se as vacinas se mostrarem efetivas, os Estados Unidos poderão, em tese, receber 100 milhões de doses de quatro empresas farmacêuticas (Johnson & Johnson, Novavax, Pfizer/BioNTech e Sanofi/GSK) e 300 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca, uma aliança que também acertou a entrega de 400 milhões de doses à União Europeia (UE).

A corrida para obter uma vacina exige o lançamento da produção em paralelo aos ensaios clínicos, mesmo antes de saber se a vacina é eficaz, com a possibilidade de perda de dinheiro. O governo dos EUA também gastou bilhões de dólares na construção de fábricas de frascos e seringas, material necessário para distribuir as futuras vacinas. Além disso, os EUA compraram quase toda produção antiviral do Remdesivir até setembro, tido como uma aposta promissora no tratamento contra a Covid-19.

Sinovac testará vacina na Indonésia

Uma cooperação entre o laboratório estatal chinês Bio Farma e a Sinovac Biotech, que desenvolveu a fórmula hoje testada pelo Instituto Butantan no Brasil, coordenará um ensaio clínico em humanos na Indonésia, o quarto país mais populoso do mundo, a partir da próxima semana. O imunizante chinês e considerado um dos mais avançados do mundo, junto das vacinas candidatas da AstraZeneca, Moderna, Novavax e Pfizer.

O lançamento da iniciativa coincide com a recente escalada no número de casos da Covid-19 no país, que encontra dificuldades no combate à doença. A fase 3 dos testes começarão no dia 11 e incluirão 1.620 voluntários entre 18 e 59 anos, segundo Kusnandi Rusmil, professor da Universidade Padjadjaran de Bandung, que coordena os ensaios clínicos no país.

Como de praxe, metade dos participantes receberão doses da vacina candidata ao longo de seis meses, enquanto o restante receberá um placebo. Até agora, 800 pessoas já se voluntariaram. Segundo Rusmil, os testes poderão ajudar o país a garantir o acesso ao imunizante caso sua eficacia seja comprovada.Segundo o ministro de Iniciativas Estatais da Indonesia, Erick Thohir, a Bio Farma terá a capacidade de produzir 250 milhões de doses por ano.

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