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Cidade

​Ainda sem receber recursos do Estado, HSF já tem 18 pacientes da Covid-19

Unidade passa por dificuldades financeiras e espera recursos de SC.

Radio Rural
por  Radio Rural
20/04/2020 22:17 – atualizado há 2 anos
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O Hospital São Francisco passou por diversas adaptações desde o início da pandemia do novo coronavírus para poder atender a todos os pacientes acometidos pela doença. Com isso, a unidade hospitalar vive uma fase diferente, em que viu a receita diminuir, os gastos aumentarem, e aguarda a chegada de recursos oriundos do governo de Santa Catarina.

Enquanto tudo isso acontece, o Hospital abriga, conforme o diretor-geral Claudemir Andrighi, 18 pacientes da Covid-19. São pessoas com suspeita ou já confirmados com a doença. Segundo o diretor, são doze pessoas na ala clínica, sem necessidade de respiradores, e mais seis pessoas na ala de Unidade de Terapia Intensiva exclusiva para Covid-19. Os pacientes são de Concórdia e de outras cidades da região.

Em entrevista concedida ao programa Papo@96, na tarde desta segunda-feira, dia 20, Andrighi explicou como está a situação atual do hospital diante da nova realidade. Ele revelou que até agora, a unidade não recebeu recursos prometidos pelo governador Carlos Moisés. E que a única ajuda recebida até o momento foram alguns testes rápidos.

“Temos algumas promessas de recebimento de recursos. Mas até o meio-dia de hoje, nós não tivemos nem um depósito, nem recurso financeiro, em nossas contas. Nem do Estado, nem da União. Como também não tivemos nenhum custeio referentes a EPIs, nem respiradores, equipamentos, ou outra coisa parecida. Claro, estamos buscando junto aos órgãos. Alguns hospitais já recebem desde janeiro, mas o Hospital São Francisco não recebeu nada”.

“[De ajuda até agora], recebemos há uma semana e meia cem testes rápidos. Eles foram disponibilizados para colaboradores. Obviamente que estamos usando também para pacientes sintomáticos mais graves. Mas é muito pouco. E já não são mais cem, porque alguns foram usados. Hoje também recebemos 25 testes rápidos do Plano São Camilo e vamos usar com nossos colaboradores”.

Conforme o diretor-geral, há uma preocupação com os profissionais de saúde. Há um número enxuto no quadro da unidade hospitalar. Por isso alguns testes são usados nos colaboradores, para monitorar com antecedência se alguém apresenta a doença e afastá-los rapidamente. Além disso, até o momento, 15 jovens aprendizes e 15 profissionais que fazem parte do grupo de risco já foram afastados. “Mas mantemos o salário em dia, antecipamos as férias dos profissionais”.

Recursos prometidos

Ainda sobre os recursos, o diretor explicou que há dois convênios em andamento. Um deles, já assinado, mas que não é referente à Covid-19, ou seja, já estava garantido antes da pandemia – R$ 510 mil desde 2019. O segundo convênio é de R$ 490 mil. “Juntos são próximo de R$ 1 milhão. Esse de 510 mil é o recurso do orçamento do ano passado, viria independentemente da Covid-19. Os R$ 490 mil, que o governador prometeu, seria de teto máximo”.

Esse recurso é necessário para o hospital porque os gastos aumentaram bastante e a receita caiu nas mesmas proporções. O diretor financeiro do Hospital, André Bruckmann, explicou na entrevista à emissora que a unidade hospitalar é filantrópica e que atende 60% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, isso representa 20% da receita do hospital.

“É extremamente importante falar como é a gestão de um hospital filantrópico. Quando o governo criou as normas do SUS, foi criada uma tabela, onde cada procedimento remunera valor x ou y. E desde 1994 não tem correções de valores. Então o que o estado acaba fazendo, ele não reajusta a tabela, mas dá esse tipo de incentivo. O hospital tem que buscar receita de outra forma,que é convênio e particulares, para cobrir os rombos que o sus deixa”.

Com o SUS sendo deficitário e cirurgias eletivas suspensas em meio à pandemia, o custo subiu também porque o hospital se adaptou para atender às necessidades da nova doença. “O hospital é uma empresa, tem funcionários, tem terceiros. O que nós observamos, além de ter subido, por exemplo a máscara cirúrgica, que era 11 centavos, hoje compramos a R$ 2,25. O hospital ficou duas semanas sem cirurgias eletivas”.

Cuidados especiais para a Covid-19

O Hospital São Francisco está trabalhando para receber todos os pacientes com o novo coronavírus e para manter as atividades anteriores habituais. Atualmente, a unidade oferece ao estado 15 leitos de clínica médica, que é uma ala inteira. Além disso, o HSF ainda oferece nove leitos de UTI próprios, e mais cinco leitos para pacientes que não tenham a Covid-19, pois ainda há pacientes com outras doenças.

Há também incremento em profissionais, conforme ressalta o diretor-geral. “Os pacientes são monitorados com a doutora Clarrisa Guedes, e a partir de hoje ingressamos mais um médico, o doutor Tiago, para fazer parte da equipe, para que o quadro clínico fique de forma harmônica”.

Já no que diz respeito a equipamentos, caso seja necessário se houver eventual aumento de casos, o hospital tem mais dez respiradores extras para montar mais dez leitos para pacientes da Covid-19. “No total, temos 30 respiradores. 10 já estão ocupados com crianças. Outros são da UTI adulto, e teríamos mais sete do centro cirúrgico. E um da hemodinâmica e um de cada pronto-socorro.

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